Rodrigo Cintra
Post-dottorato in Competitività territoriale e industrie creative, di Dinâmia - Centro per lo studio del cambiamento socioeconomico, dell'Istituto superiore di scienze del lavoro e delle imprese (ISCTE, Lisboa, Portogallo). Dottorato di ricerca in relazioni internazionali presso l'Università di Brasilia (2007); Master in scienze politiche presso l'Università di San Paolo (2001); e Laureato in Relazioni internazionali presso la Pontificia Università Cattolica di San Paolo (1998). Direttore accademico della laurea ESPM-SP e responsabile dell'ufficio internazionale.

Il caso dei tessuti cinesi

A invasão de produtos chineses no mercado mundial tem prejudicado diversos países, que agora ameaçam impor barreiras protecionistas caso o volume de exportações não se modifique. Esse é o caso do Brasil, que deve regulamentar essa semana a imposição de salvaguardas para os produtos chineses que ameaçam a indústria nacional.

Em reunião entre os membros da Camex e Lula no mês passado, ficou decidido que o presidente assinaria dois decretos, um regulamentando as salva-guardas para produtos em geral (com duração até 2013) e outro exclusivo para têxteis (com duração até 2008).
Os possíveis impactos desse contencioso podem ser mais graves do que uma simples batalha comercial. A ameaça de impor barreiras não vem apenas do Brasil, sendo vista também nos EUA e Europa. A China, nel suo turno, rebate com o endurecimento de sua posição para a liberalização dos produtos agrícolas, principalmente nos fóruns multilaterais de comércio, como na OMC.
Caso a China confirme esse posicionamento, as negociações do G-20 serão bastante comprometidas. Para o Brasil, líder do bloco, esta retaliação enfraqueceria todo o esforço diplomático que tem sido aplicado na Rodada Doha com bastante sucesso.
Porém o ponto mais sensível das relações comerciais entre China e Brasil está no fornecimento de soja, hoje a principal commodity de exportação do agronegócio brasileiro. A relação de dependência entre os dois países no que concerne à compra e venda de soja permite que a China tenha em suas importações uma moeda de troca para negociações comerciais, econômicas e políticas. De todo o volume de soja exportado pelo Brasil, 30 por cento têm a China como destino.
É importante considerar os possíveis impactos para a sojicultura que resultarão da imposição de salvaguardas às importações de produtos chineses, especialmente os têxteis. A importância desta commodity para a balança comercial brasileira impede que a sua comercialização seja colocada em risco, ou negociada como moeda de troca; a manutenção da política econômica atual também depende da permanência ou crescimento das exportações do grão.
A diminuição dos carregamentos de soja brasileira para a China, fruto das super-safras americana e argentina, pode se agravar com a imposição das salvaguardas. A grande oferta do mercado possibilitará à China negociar em posição favorável com o Brasil, tanto em aspectos comerciais quanto políticos. Basta saber em qual deles o país está mais disposto a ceder.
A imposição da barreira será cautelosa. O Brasil procura sinalizar para a China que a salvaguarda efetivamente só será adotada em último caso e após negociações. Com isso o governo procura acalmar os setores da economia prejudicados pelas exportações chinesas, e aqueles que poderão ser afetados com possíveis retaliações do país, a exemplo máximo da soja.
* RODRIGO CINTRA é diretor
* MARIANA RICCI é consultora da Focus R. io. – Consultivo & Consulenza per le relazioni internazionali


Pubblicato originariamente in:

Diário de Cuiabá

Edição nº 11248 23/06/2005

Rodrigo Cintra

Post-dottorato in Competitività territoriale e industrie creative, da Dinâmia - Centro per lo studio del cambiamento socioeconomico, dell'Istituto superiore di scienze del lavoro e delle imprese (ISCTE, Lisboa, Portogallo). Dottorato di ricerca in relazioni internazionali presso l'Università di Brasilia (2007); Master in scienze politiche presso l'Università di San Paolo (2001); e laureato in Relazioni internazionali presso la Pontificia Università Cattolica di San Paolo (1998). Direttore accademico della laurea presso ESPM-SP e capo dell'ufficio internazionale.

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