Rodrigo Cintra
Post-doctorat en compétitivité territoriale et industries créatives, par Dinâmia - Centre d'étude des changements socioéconomiques, de l'Institut supérieur des sciences du travail et de l'entreprise (ISCTE, Lisboa, le Portugal). Doctorat en relations internationales de l'Université de Brasilia (2007); Master en science politique de l'Université de São Paulo (2001); et Diplômé en relations internationales de l'Université pontificale catholique de São Paulo (1998). Directeur académique de la remise des diplômes ESPM-SP et responsable du bureau international.

Um novo fracasso para a Rodada Doha

A Organização Mundial do Comércio (OMC) apresenta duas grandes funções atualmente: de um lado é responsável por investigar e indicar punições a países que não seguem o que determina a organização, pour un autre, oferece sucessivas rodadas de negociação voltadas à promoção de novas ondas de liberalização do comércio mundial.

A última das tentativas ficou conhecida como Rodada Doha (lançada em 2001) e não alcançou o resultado buscado. Como se trata de uma organização fundamentada na regra do consenso, tudo o que foi negociado foi perdido quando Índia e China se opuseram ao acordo. Ainda que os compromissos feitos durante as negociações tenham perdido sentido, são importantes pois tendem a fundamentar os parâmetros mínimos sob os quais uma nova rodada deve se constituir.

Passado o susto inicial da crise financeira que afetou o mundo desde o final de 2008 e conhecendo melhor os limites e potencialidades da presidência dos EUA, Barack Obama resolveu voltar às negociações. Ron Kirk, representante comercial dos Estados Unidos, começou a atuar na tentativa de retomar a fracassada rodada.

Até aqui, tudo normal. toutefois, o que chama a atenção é que Kirk não está retomando as negociações com base nos compromissos assumidos à época das negociações. Ao contrário, tem colocado novas bases que invertem o que estava em discussão na época.

Dia 13 de maio Kirk declarou que países emergentes como Brasil, Índia, África do Sul e China devem se esforçar mais na abertura de seus mercados para que a rodada possa ser retomada. Basicamente Kirk acredita que os países desenvolvidos, especialmente os Estados Unidos, já ofereceram tudo o que podiam em termos de abertura comercial e que os países menos desenvolvidos não devem sofrer mais, aumentando sua abertura comercial. Comme ça, sobra para os países emergentes a obrigação de abrir seus mercados, gerando uma nova onda de investimentos e comércio.

Interessante notar que Kirk ignorou o grande debate que levou à crise das negociações, que é o oferecimento de subsídios agrícolas por parte dos países mais desenvolvidos em troca de abertura para produtos industriais.

Ao modificar o tom da conversa, o governo norte-americano consegue mostrar para a opinião pública nacional um importante protagonismo internacional focado na retomada da pujança da economia norte-americana. A abertura dos mercados dos países emergentes ofereceria boas condições para aumento das vendas e para investimentos que poderiam retornar importantes lucros para uma economia cambaleante.

No mundo emergente a resposta tem sido cautelosa. Pour l'instant, as diplomacias estão tentando entender melhor como se dará o movimento dos EUA na OMC. Não está claro ainda se esse é apenas um movimento retórico que procuraria mostrar um Obama mais ativo do que tem parecido estar, ou se é efetivamente uma nova aposta da política norte-americana. Caso efetivamente a idéia seja retomar as negociações neste tom, provavelmente poucos resultados concretos surgirão e Doha estará, mais uma vez, postergada.

 

Publicado originalmente em FinancialWeb

http://www.financialweb.com.br/blogs/blog.asp?cod=98

Rodrigo Cintra

Post-doctorat en compétitivité territoriale et industries créatives, par Dinâmia - Centre d'étude du changement socio-économique, de l'Institut supérieur des sciences du travail et de l'entreprise (ISCTE, Lisboa, le Portugal). Doctorat en relations internationales de l'Université de Brasilia (2007); Master en science politique de l'Université de São Paulo (2001); et diplômé en relations internationales de l'Université pontificale catholique de São Paulo (1998). Directeur académique des diplômes à ESPM-SP et chef du bureau international.

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