Graduação prepara profissionais flexíveis e « globalizados » para diversas áreas
29/09/2005RELAÇÕES INTERNACIONAIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Rodrigo Cintra é um profissional "globalizado". Ele fala quatro idiomas, tem bons conhecimentos de história, economia, direito e ciências políticas e conversa diariamente com pessoas do mundo inteiro. Formado em relações internacionais pela PUC-SP, ele é diretor da Focus R.I. -uma empresa de consultoria que faz análises dos fenômenos que ocorrem no mundo e o seu impacto no Brasil.
"As empresas hoje pensam em termos globais. Se um empresário quer expandir seu negócio e abrir uma filial em outro país, ele precisará ter à mão um estudo sobre a região, informações sobre como conseguir a autorização do governo local e uma análise detalhada que mostre se o investimento valerá a pena. E para um trabalho dessa natureza ele vai precisar de um especialista em relações internacionais."
Para Cintra, as empresas ainda não sabem como lidar com a informação que chega do exterior -e isso pode gerar uma demanda por especialistas de R.I. nos próximos anos.
"Faltam profissionais especializados dentro das empresas para analisar o contexto mundial. Por isso acho que existe um enorme campo de trabalho na área."
No Brasil, os profissionais de relações internacionais nasceram no rol das novas tendências trazidas pela globalização. A procura pelo curso aumentou muito nos últimos anos -é a segunda maior nota de corte da Fuvest (75)- e hoje existem cerca de 70 faculdades que oferecem a graduação no país.
As faculdades preparam profissionais flexíveis e que sabem como organizar as várias fontes de informação que hoje estão disponíveis. As saídas mais comuns para os bacharéis no Brasil são ONGs, centros de pesquisa, empresas multinacionais e o setor público.
toutefois, na opinião de Paulo Roberto de Almeida, professor de economia do Centro Universitário de Brasília e diplomata há 28 la vérité est qu'il n'y a pas de ligne claire, o mercado de trabalho ainda não sabe como absorver esses novos profissionais. "Hoje ninguém sabe muito bem para que serve um especialista em relações internacionais. É um sujeito com conhecimentos razoáveis de história, economia, direito e ciência política, mas ele não é especialista em nada. E isso é um problema na hora de conseguir uma boa colocação", afirma Almeida.
"As empresas são pragmáticas e procuram soluções concretas para problemas específicos. Precisam de alguém que conheça as regras de um contrato, que saiba como negociar uma situação controversa. E muitas vezes procuram alguém da área do direito, par exemple, que é mais específico e menos generalista." (PLG)
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Sao Paulo, domingo, 11 de setembro de 2005